Sempre acreditei que a fotografia tem o poder de revelar aquilo que muitas vezes passa despercebido. Ela não apenas registra, mas resgata, reafirma e dá novo significado ao que foi silenciado. Ara Dudu – Corpo Negro nasceu desse impulso, desse desejo de olhar com atenção, de enxergar o que sempre esteve ali: a grandiosidade do corpo negro em sua essência.
Essa série não surgiu de um dia para o outro. Foi um processo que se desenrolou ao longo de anos, entre buscas, reflexões e encontros. Eu precisava compreender não apenas o que queria fotografar, mas como queria contar essa história—não só com a técnica, mas com verdade. Cada imagem que compõe Ara Dudu é fruto desse tempo, de conversas, de escuta, de trocas silenciosas entre mim e aqueles que confiaram seus corpos à minha lente.
---------
I’ve always believed that photography holds the power to reveal what often goes unnoticed. It doesn’t just document—it rescues, reaffirms, and redefines what has been silenced. Ara Dudu – Black Body was born from this impulse, from a deep desire to look closely, to truly see what has always been there: the grandeur of the Black body in its purest essence.
This series didn’t come to life overnight. It was a process that unfolded over years—through searching, reflecting, and connecting. I needed to understand not just what I wanted to photograph, but how I wanted to tell this story—not only through technique, but through truth.
Each image in Ara Dudu is the result of that time: of conversations, of deep listening, of silent exchanges between me and those who trusted their bodies to my lens.

Sempre quis que essas fotografias fossem mais do que retratos; queria que fossem testemunhos. A luz, o enquadramento, os gestos—tudo foi pensado para revelar a presença imponente de cada corpo, a riqueza das texturas, a suavidade e a força coexistindo em perfeita harmonia. Quis construir um espaço onde o corpo negro pudesse ser contemplado sem filtros ou narrativas externas, mas sim em sua dignidade plena, em sua beleza inegociável.
------
I always wanted these photographs to be more than portraits; I wanted them to be testimonies. The light, the framing, the gestures—everything was carefully considered to reveal the powerful presence of each body, the richness of textures, the softness and strength coexisting in perfect harmony. I wanted to create a space where the Black body could be seen without filters or imposed narratives, but rather in its full dignity—in its non-negotiable beauty.
Fotografar Ara Dudu foi um exercício de respeito e sensibilidade. Cada ensaio foi um encontro, um mergulho na história que cada pele carrega. E, ao longo desse percurso, percebi que não estava apenas fotografando corpos, mas também capturando ancestralidade, resistência e orgulho. O que começou como um projeto se tornou um manifesto visual, uma afirmação do corpo negro como arte, como potência, como história viva.
-------
Photographing Ara Dudu was an exercise in respect and sensitivity. Each session was an encounter, a deep dive into the stories carried by every skin. And along the way, I realized I wasn’t just photographing bodies—I was capturing ancestry, resistance, and pride. What began as a project has become a visual manifesto—an affirmation of the Black body as art, as power, as living history.

Ao olhar para essas imagens, desejo que cada espectador sinta o que senti ao criá-las: a profundidade de cada olhar, a força de cada pose, a beleza que não precisa ser explicada, apenas reconhecida. Ara Dudu não é apenas sobre fotografia—é sobre existir plenamente, ocupar espaços e ser visto em toda sua grandiosidade.
-------
When looking at these images, I hope each viewer feels what I felt while creating them: the depth in every gaze, the strength in every pose, the kind of beauty that needs no explanation—only recognition. Ara Dudu is not just about photography—it’s about existing fully, taking up space, and being seen in all your grandeur.

Back to Top